domingo, 18 de janeiro de 2015

Força

Ela não tem pressa para chegar
Mas em seus abraços quer me prender,
De encantos sussurrantes
A tristeza seus lindos dedos
Lançam pra mim.
Então me lembro,
Da essência do meu ser
Sou forja de ferreiro
Que de malhos potentes
Não deixei desvanecer.
Moldo o puro aço em brasa
Para um lindo florete renascer,
Cravejado das mais belas pedras
Para o coração da tristeza estremecer.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Pena em riste

Sentei-me com a pena em riste,
Procurando fazer um poema de amor,
Vivi um ato de esperança ilustre
Que com um piscar de olhos desmoronou.

Sentei-me com a pena em riste
Procurando fazer que tudo amenizasse a dor,
Me vi esquecido no ninho,
Que o lenhador com seu machado
Minha árvore maculou.

Sentei-me com a pena em riste
Tentando fazer de mim, um ator.
As máscaras que tinha não eram firmes,
E de meus olhos uma lágrima rolou..

Sentei-me com a pena triste
Tentando aliviar a dor;
De tristeza em mim consiste,
Sabiá majestosa em seu canto copiou.


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

De pobres a reis

 Sempre soubera que a vida era difícil, contudo resolvi despir-me de minha coroa e viver entre os mansos de coração. Tal desprendimento não me custara, nada mais do que o desejo de minha própria alma, de me permitir, sentir as sensações da humildade. Me vestira como tal, para evitar qualquer discriminação entre o azul realeza de qual provinha minha essência, para aderir ao vermelho carmesim da humanidade.
Dava-me o direito de sentir as esperanças, os calores do sol, os ventos gélidos do inverno, os coloridos que me enchiam os olhos da primavera, mas, sobretudo aos tons enferrujados do outono. Dei a minha consciência a liberdade de se expressar, a necessidade de fustigar, acima de tudo a propriedade de absorver o mais divino que a humanidade têm, a capacidade de se renovar.
Provido de tamanhas sensações, soubera que a realeza me chamava. Podia ser o melhor das massas, a divindade da nobreza. O vermelho e o branco de meu manto não eram sinais de alegria, mas a forma humanizada de minha divinização na terra. Os dourados de minhas vestes tornaram-se referência de minha condição de riqueza pela vastidão que se passaria, o cetro na mão direita representava a ordem e a minha vontade de julgo e o globo estrelado em minha mão esquerda dizia de meu dever de governar. Contudo, era a coroa que mais pesava, seu estandarte estrelado e cravejados de pedras diziam a todos a minha soberanidade.
Governaria para todos e seria um rei por todos, mas percebi com o tempo que meu estandarte e meu cetro, afastavam de mim a humanidade que adquiria. Não era tratado como amigo ou conhecido, mas como alguém a ser temido.
Afastei-me da claridade e me vi na escuridão. Fiz julgamentos errados, acusações infames, vendi-me ao diabo em busca de mais poder.
Poder é algo fétido do qual me despojei. Vi com clareza o quão sujo me tonara e o quanto me afastara da divindade que me era concedida.
A era dos nobres acabou, findei meu reinado com tristeza e solidão. Puni-me para remediar as mazelas que causara. Me prendi as masmorras da escravidão.
Abri meus olhos e vi o sol, então soubera o sabor da liberdade.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Têmpera Esperança



Quem na escuridão auspicia a luz?
Sombras atormentadoras ou anjos de luz?
Como posso, em tamanha fraqueza
Querer julgar o prenúncio divino.
Não são: claridade e escuridão,
Que determinam as ações
Do que são o bem e o mal.

Toda maldade se faz jus,
Quando se requer as ações do bem,
Porém nem todo bem é visto,
Com olhos admirados
Se não perante a presença do mal.

Visões são deturpadas por mentes
Sedentas de um auto-si enganoso.
Sementes são jogadas na roleta
E o Gran Royale necessita de despojos.

O que na escuridão auspicia a luz?
Sombras atormentadoras ou anjos de luz?
Dirá o velho pandit hindu:
Nem de sombras eternas, nem eternas de luz;
Apenas um fraco de alma, querendo,
Desejando ser um raio de luz.