Hoje
o dia está cinza. Poderia dizer cinza, pois irá chover, ou então
cinza por estar frio, mas não. Hoje o dia está cinza. Digo isso,
pois a tristeza bateu as portas do meu coração, tentou se alojar de
um jeito ladino, como um amor bandido. Entristeci. A humanidade que
por mim adquirida foi subtraída aos poucos e aos poucos cessada em
estágio final. O pulsante parou como o Zero Absoluto que com
superior destreza ali se implantou. O mundo acinzentou, tirou a
alegria das cores que um dia meu arco-íris regou; a maldade venceu
como um comunista-nazista que apenas pensa em limpar o mundo com
pensamentos egoístas.
Vejo
o Sol, apenas como um Satélite que esquenta a Terra, objeto sem
força e sem cor. Sente o terror de ver as pessoas amadas transgredir
a moralidade e amorosidade só para o bem de seu favor. Meu coração
petrificou. Pela necessidade de perceber ou mesmo aprender que
carinho se foi, o amor despencou, a felicidade se desperdiçou.
Hoje
está cinza, não por um céu nublado ou um dia frio, mas pela falta
de nobreza que a Humanidade impôs. Meu coração congelou pelo
icerberg
da feiura que ajuntou-se com amargura e do dia tirou a cor.
Hoje
o dia nublou. Nublou e não choveu, e meu coração de tristeza
chorou. Chorou e chorou por uma dor que não viveu, por aquela flor
que não floresceu, por uma Humanidade que se perdeu. Hoje o dia só
acinzentou e por tanta coisa ruim sobreviveu, desejando o calor de um
Sol que não nasceu.
O
Sol não nasceu, mas mandou a beleza da Lua, clara, branda e nua como
emissária de ternura, para bálsamo em minha alma adormecer.
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