quinta-feira, 31 de julho de 2014

Augusto Agosto

Chegamos a mais um fim de mês e com isso nascem várias expectativas. É hora de avaliarmos tudoo que aconteceu e tentarmos melhorar para que os erros acontecidos não se repitam. Podemos dizer que julho foi sangrento, violento e triste. Tivemos uma inveja celestial. Isso mesmo, uma inveja celestial.
Deus é capaz de criar tudo e os anjos se tornaram guardiões da humanidade, mas eles nos invejam. Nossa capacidade de fazermos as coisas e deixá-las a visão de todo, deixa-os com vontade de serem um pouco humanos. Contudo sua divindade não os deixam e então escolhem a dedos pessoas que serão abençoadas com dons angelicais, sendo assim a humanidade vê em obras consideradas de humanos os dons dos anjos. Mas os homens têm um fim e os anjos com sua bondade os levam aos seus para escreverem histórias para Deus. Foi o que aconteceu com João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna; humanos que criaram histórias fantásticas, encantaram o mundo, fascinaram povos; entretanto o que faziam eram obras de anjos e escrevem para eles obras de homens. Ficamos pobres e Deus mais rico.
Mas não foi só isso que julho nos revelou. Os aviões caíram, países se hostilizaram e para o Brasil uma saúde doente e uma futebol decadente Irmãos se matam por falta de uma conversa. Ele foi violento e sangrento.
Agosto bate palmas e pede licença e com ele os sonhos de um vento bom. Conhecido como o mês do cachorro louco, começará com 72 horas de paz. Tomara que ao invés de ser dura, ele seja de nobreza augusta.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Lembranças de uma pressa passageira

Tudo não passava de uma grande pressa,
Aquela que não tem a mínima pressa
Que deixava tudo curto e rápido demais.
Tinha pressa, mas não aquela espessa,
Não aquela presa por pressa;
Onde cada pressa era peça
De uma hora quase ilesa.
Tudo não passava de uma tremenda pressa
Em que olhos desatentos eram faróis de desalento.
Horas tornaram-se segundos em passes de mágica,
E mágica apenas uma extensão da pressa do mundo.
A pressa não era presa, de contínua inteligência,
Era apenas pressa, que não tinha pressa de eloquencia.
Pressa não tinha pressa, tinha presas,
Atadas em grandes mesas, algemas sem cadeias.
Ela era pressa, lenta, grande e passageira.

sábado, 26 de julho de 2014

Curió

O que curia um curiador?
Ele curia, mas não cura dor
Curia para ser sabedor,
No entanto ficou com fama
De um grande comentador.
Dessa fama desonrosa,
Não quis saber o curiador.
Foi-se mundo afora,
Tendo na vida de agora
Uma viola e um caderno anotador.
Já que sua sina era ser curiador,
Voou na vida sem temor
De dor e vida eterna,
Um pouco de tudo curiou.
Sua curia ficou sincera
E na hora mais deserta
Moda na sua viola cantou
E o mundo ganhou,
E um pouco mais quis saber
Que de nobreza se intitulou.
Assim se fez na história,
Porém tudo no caderno anotador ficou.
Sua vida ficou enferma,
Contudo da Medicina não curiou,
Apenas procurou um bom doutor;
A quem contou sua vida de curiador.
O doutor entusiasmado,
Um bom remédio receitou,
E aquele que curiava,
Tornou-se um observador.
A viola não tanto tocava,
E e no caderno tudo anotava
A tudo que observara.
Então o observador,
De sua janela reparou,
Que uma pequena ave,
De plumagem negra
E peito castor;
Para ele sempre olhou.
Com mil maravilhas brilhosas,
E vendo a vida indo embora,
Ao pequenino tudo contou.
A ave trigueira e olhadeira,
Tudo ouviu com louvor.
O observador com saudades da curia,
Uma última moda entoou.
Sua platéia era pequena,
De uma única ave trigueira,
Até que a ceifadora chegou.
Em sua gratidão lisonjeira,
A pequena ave trigueira,
As curias do observador cantou.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Anão Diplomático

Como se faz para ter um pouco de paz? Acredito que esta seja a pergunta mais difícil de responder. Paz não é algo dependente de si, mas uma série de fatores que contribuem para que ela exista. Estar com ela é algo imprescindivel e necessário. Prostrar-se a sua presença é sentir o próprio toque de Deus, chegar ao Nirvana e observar a grandiosidade do Universo. Isso quando se procura a Paz, ou se quer ela por perto.
Contudo vemos que a Terra está longe de alcançá-la ou de tê-la por perto. Estudos recentes comprovam que estamos numa era de extinção de espécies em massa, e que o agente causador disto é o próprio homem. Pois é! Somos tão dotados de inteligencia, habilidades e capacidades, que não nos permitem pensar. Israel bombardeia Gaza em nome da fé e de sua raça, já a fé e a raça de Gaza bombardeia em nome de uma pátria. Os irmãos não se entendem e o mundo intervem, exigem um trégua para a Terra Prometida. A Liga da Justiça através de sua paciência oriental diz que tais atos ferem o mundo e as pessoas que nela moram e todos se chocam.
Porém falar de guerra civíl não é coisa que saibamos. Nossa terra é pacifista, alegre e contagiante, onde reina para o mundo a cachaça, o samba e o futebol. No futebol nossas estrelas se apagam, na cachaça nos embriagam, já para o samba tiramos a roupa pois nobreza já não existe mais. Mas o Brasil não pode se calar. É uma grande nação em ascensão e como tal deve emitir sua opinião, mostrar as grandes nações que sua palavras valem ouro, mais que suas ações que valem lata enferrujada. É pertubador.
Num ato desesperado para mostrar soberania, criticou as ações na Palestina, chamando-as de desproporcionadas. Levamos na cara. Os que se mantem em guerra justificam-se e sabem que ela deva acabar e ainda dizem que desproporcional é ser derrotado humilhantemente naquilo que dizemos que somos bons.

As palavras de nossos amigos vão além do que foi dito. Não basta produzirmos petróleo para exportação se os preços aqui dentro são altos, ou então sermos grandes produtores na agricultura e pecuária se nosso povo passa fome. Eles apenas disseram que são bons em guerras e sabem fazê-las em seu próprio país. Deixemos a diplomacia de lado e ajam para si.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

De que cor?

Era pequena e cinzenta,
Sem na vida sentir dor.
Lenta e pacifica,
Olhou ao seu redor.

Sentiu a noite fria,
Viveu o calor do dia,
Mas o desejo na alma
No seu corpo gritou.

Fechou-se em casa,
Lindas asas criou,
Rompeu-se na Aurora.

O Sol curioso, a pequena perguntou:
Que fará em um dia minha pequena flor?

Vou bater as asas e pintar o mundo de que cor?

E a saúde infartou!

Esta deveria ser a notícia desta ultima quarta-feira (23/07/14). A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo fechou as portas por graves crises financeiras, ou seja infartou. Não é a primeira vez que isto acontece ou é noticiado. Lá pelo fim de abril, inicio de maio deste ano ela havia dado o sinal de colapso. Mas espera e cadê o médico? Era apenas uma virose, nada grave, isso acontece com todos; foi o que ele disse. Uma dipirona – 40 gotas a cada oito horas, pra dor e febre quando tiver –, e amoxicilina – um comprimido a cada seis horas durante uma semana, foi o que receitou o doutor. A dor no peito não é nada pra se preocupar é por causa da virose ele disse sem examinar. E assim o placebo funcionou, até que infartou.
A população brasileira está cansada de ouvir a cada quatro anos candidatos à presidência, senadores, deputados, governadores, vereadores e prefeitos promessas infindadas de que isto ou aquilo precisam ser feitos para melhorar a saúde. Apenas o que precisam ser feito, mas pra que fazer? Estas melhorias requerem tempo, dinheiro, esforço e boa vontade, muita boa vontade; porém isso cansa e posso deixar para o outro.
Aí você que precisa de hospitais, postos de saúde ou centros especializados de saúde pública pensa: o que fazer? Quais atitudes esse governantes, administradores da saúde pública devem tomar? A resposta não serão quarenta gotas de dipirona ou paracetamol, muito menos aqueles comprimidos de amoxicilina para virose.
Os brasileiros são vendáveis, se preocupam com banalidades e futilidades. Não sou uma pessoa velha, mas convivo e convivi com pessoas bem velhas, que sofreram com a Ditadura e com as grandes inflações; no entanto algo eles tem de comum: a observação. Já ouvi grandes pensadores dizerem que precisamos discutir política. Não os podres da política, mas o que é necessário para se aplicar uma boa política. A população brasileira ainda se ilude com belas palavras e falsos moralismo. Não avaliam com prudência os fatos que os cercam. Se agarram a falsos assistencialismo, que são garantidores de votos.
A situação da Santa Casa de Misericóridia de São Paulo, não é algo que acontece apenas em São Paulo, ela está presente no Brasil inteiro. E de quem é a culpa? Não é da estrela, do tucano, do liberal, do democrata, do ambientalista, do socialista ou republicano. Esta é a culpa do povo que não tem capacidade de avaliação e escolhe despreparados para nos representarem.
Acusar movimentos partidários é fácil, mas reconhecer o próprio erro é difícil. Erramos e isso nos causa dor. Dores que causam mortes, dores que dificultam a assistência a vida.

Agora o médico que errou depois de meses viu que não era uma virose diagnosticou o infarto. O paciente por sua vez sofreu uma intervenção imediata, contudo só isso não é necessário. Ele terá que ser reavaliado, fará uma dieta para não morrer e assim para mais vidas não se perder.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O Realismo português e sua segunda fase

Em 1865 com Antero de Quental surge o realismo e naturalismo português, marcado por renovações ideológicas, científicas e artísticas. A Europa está passando por um processo de transformações nas aceitações modernas, o que acaba fazendo gerar a Questão Coimbrã, que foi uma luta entre poetas românticos conservadores e o dos poetas realistas contestatórios. Sendo os conservadores em Coimbra com António Feliciano de Castilho e o realismo desenrolando-se em Lisboa com Antero de Quental.
Como toda corrente (seja ela artística ou não) sempre vai de encontro a sua anterior a eles - os realistas - questionavam a poesia romântica, com isso surgem novas idéias para o como construir a poesia portuguesa, gerando assim três tipos de poesias: a de divulgação, do cotidiano e da metafísica.
A Europa estava em grande expansão industrial, o capitalismo encontrava-se em seu auge e a burguesia ganha espaço político, bem como o surgimento do proletariado. As invenções estão a todo vapor, surgem então o telefone, locomotiva, telegrafo e a possibilidade de novas fontes de energia, como o petróleo.
Esta expansão influenciou ativamente nas produções literárias e artísticas da época, pois se deixou de lado toda a subjetividade, para retratar com afinco as mazelas da época.
As origens literárias do realismo e naturalismo remontam a França com Madame Bovary de Flaubert, expondo por assim dizer o lado feio da sociedade europeia.
Assim como Antero de Quental, Oliveira Martins e Guerra Junqueiro, Eça de Queirós teve uma grande importância nesse período. O realismo e naturalismo português podem ser divididos em duas grandes etapas, sendo que Eça de Queiroz participou ativamente da segunda fase do realismo, sendo o maior representante da prosa realista retratando em suas obras, críticas sobre muitas questões da sociedade da época visto que passou com força marcante se dividindo em três fases deste período literário: pré-realista, realista e da maturidade artística.
Em seu período pré-realista, sofre grandes influências românticas de autores germânicos e é considerada a menos importante de sua carreira. Sua obra mais marcante foi Mistério da Estrada de Sinistra, que teve a colaboração de Ramalho de Ortigão e Prosas Bárbaras. Já em sua fase realista, defende os princípios do realismo, atacando a burguesia, o clero e a monarquia e a obra de destaque deste período é o Crime do Padre Amaro, além de Primo Basílio e os Maias. De 1888 até a sua morte suas obras afastam – se dos ideais realistas, voltando-se para as concepções mais humanas e otimistas da realidade; em sua terceira fase é conhecida por uma visão nacionalista e social-nacionalista. Destacam-se as obras A Ilustre Casa de Ramires e A Cidade e as Serras.

Desta forma a segunda fase do realismo que trata da crítica sobre o caráter do homem a função política foi agregada a uma função estética. Os realistas propuseram ideais de uma realidade social, em que entender a história política e literatura eram inseparáveis.

E o mundo se perdeu

Incrível como a humanidade se desenvolveu. Éramos irracionais, pulávamos como macacos e brincávamos na selva como se nada houvesse de melhor. Mas quis o destino que nos aprimorássemos e nos destacássemos entre outros do reino animal. O homem tornou-se racional, aprendemos a dominar o fogo, temos o movimento de pinça que nos ajuda a termos precisão , remodelamos a natureza a nossa vontade com o intuito de conforto, aprendemos astrologia, matemática, ciências e filosofia, criamos a escrita, inventamos teorias e as reinventamos, remodelamos a morte. Nos achamos deuses de uma era tecnológica, de um mundo globalizado, onde pensamentos, valores e ambições se conflitam sem nenhum desprazer e o homem se perdeu.
Desde o principio o homem só precisou de um alvo para a guerra. Seu primeiro objetivo foi a natureza e por sua vez esta se dobrou. O homem se espalhou como praga pela terra, mas alguém precisava reinar e assim se fez. Os reis se tornaram as mãos direitas de deuses e impuseram suas vontades. Aqueles que assim não queriam fizeram novas nações. O mundo se tornou cheio de nações, cheia de ambições e cada um quis impor sua vontade ao outro, assim criamos a guerra.
Com ela lutamos entre si, nos matamos e defendemos ideais tolos. Com ela escravizamos pessoas, massacramos felicidades. Na era moderna vimos a Primeira e a Segunda Guerras, milhares de pessoas sendo massacradas. Tivemos o Vietnã devastado, a Guerra Fria deixou o mundo tenso, até que as nações brigaram pelo ouro negro e a grande invasão ao Kuwait foi inevitável. Ver Sadam Hussein se tornar um ditador não bastou, até que a grande nação a esta fúria aplacou.
Vivemos em tensão, mas parece que as grandes guerras em grandes grades findou. Doce era este desejo, mas judeus e palestinos não se entendiam e se matavam em nome de Deus. E Deus chorou, não um choro de encher rios e fazer o Nilo transbordar, um choro dolorido tingido de um carmesim único, um negro escarlate profundo. Isso parecia o que perturbava a Paz Universal, alterava a Vibração Cósmica, ondulava uma certa Harmonia Celestial. Mais uma doce ilusão, até nascer a grande pressão psicológica.
Nasceu da queda das Torres, e o mundo parou. Vimos um grande articulador entrar em cena, sumir no pó das areias e espalhar um pânico mundial. Os desertos de Deus tornaram-se de novo alvos para um mundo chocar. O mentor de tamanha artimanha foi descoberto e seu corpo jogado ao mar. Porém os cinco elementos não se harmonizaram e desde então a Terra sofre com as pressões.
Milhares se uniram para o progresso de Paz, contudo milhões falharam.

Novamente nos vemos nas Cruzadas, só que desta vez não são cristãos contra mouros, nem anjos contra demônios, são irmãos em nome de Deus. Gaza chora carmesim, Rússia e Iugoslávia mostram seus festins. Porém só uma pergunta não foi respondida: quando será o fim.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Sansão

Não sei o que motiva a humanidade muito menos a um ser em especial, porém acredito que aos cães uma vasilha grande de água, uma maior ainda de comida e um pouco de atenção seriam suficientes para eles, mas para Sansão não.
Você pode pensar e não estaria errado e pode acreditar, ele é um cão. Não é qualquer cão. Ele não late para qualquer coisa, ele não rosna para qualquer um, mas se interessa por qualquer assunto humano, não como um expectador e sim como um filósofo aristosocrático platoniano e já vai entender o que digo.
Ganhei este labrador há quatro anos. Ele pertencia a um eletricista conhecido meu, do qual necessitei de seus préstimos. Você que me conhece ou está prestes me conhecer deve ter isso em mente: detesto trabalhos manuais, serviços pesados e tenho repulsão magnética a trabalhos elétricos, é como água e óleo, ou melhor nitroglicerina e agitação.
Sempre tive a sorte de ganhar cachorros (e pode-se dizer que minha vida basicamente depende de um) e antes de Sansão entrar em minha vida eu tinha um lindo dálmata chamado Rif, qu tinha status de irmão mais novo e guarda costas de minha mãe. Esta excelsiar senhora resolveu trocar a luminária em pleno início de dezembro, pois os homens sabem como são mulheres quando decidem fazer algo então liguei para meu colega. Como ele trabalha no aeroporto e seus préstimos eletricisticos só em seus dias de folga ou após seu horário de trabalho, marcamos par que viesse no dia 08 de dezembro, pois onde moro é feriado. Combinado o dia e o horário era só aguardar para a troca da luminária da cozinha e assim aconteceu. Durante a conversa para troca da luminária ele me perguntou sobre cachorros e se eu gostava destes maravilhosos animais e eu disse que sim. Ele havia comentado que nunca tinha sido criado com cachorros e que tinha um, mas que ele e a mulher não tinham tempo para o bichano e nem trato para o tal e assim surge a pergunta que mudaria minha vida. Você não quer o labrador para você? Não me fiz de rogado e após o término do serviço fui com ele até a casa dele para buscar o Sansão.
Quando me viu parecia que ele sabia o que ia acontecer, correu até mim e me abraçou daquele jeito que só ele sabe fazer. Eu em toda a minha vida com animais nunca só tinha visto aquele olhar duas vezes e esta seria a terceira e eu sabia que algo de especial iria acontecer. E assim foi e assim o é. Ele tinha oito meses e andar com ele na rua era como se um mundo se abrisse ao seu olhar, tudo era novidade e para ele tudo sempre será. A convivencia com pessoas te dando atenção e com outro cachorro era como se o universo não fosse seu limite. Tudo é maravilhoso ao seu olhar. Em um dos poucos momentos em que parava para observar o mundo ao meu redor, o peguei me olhando e sorrindo para mim. Incrível! Seu sorriso era só por estar me observando e é um hábito que ele sempre tem. Não tem que acontecer algo especial para que possa sorrir e não há tempo ruim que o faça perder o sorriso. Estar comigo é um festa, conviver com a família uma explosão de felicidade.
Sua capacidade de alegrar no momento de tristeza é única. É capaz de ficar horas observando e esperar o momento mais propício para chegar sorrateiro e lascar aquela língua molhada em minha mão ou no meu rosto enquanto estou dormindo. Seu ar brincalhão está sempre lá mesmo quando faz aquela cara de doente, ou quando estamos doentes é inteligente o bastante de ficar deitado ao nosso lado.
Como todo cachorro ele apronta das suas e como uma criança que sabe que faz coisa errada abaixa a orelhas, faz aquela cara de cachorro abandonado, amolece meu coração e sorri, como que dizendo eu amo você.
O amor deste cão é incondicional, é transcendental que percebe-se a ofensa em seus olhos quando digo que é filho de uma cadela. Toda a brutalidade de sua raça é compensada pela enorme gratidão e doçura que vemos em seus olhos. Para ele bastar estar, basta lhe tocar o pelo, beijar a ponta de seu nariz molhado (coisa que adora), lhe dar um abraço apertado e fazer brincadeira que fazemos com crianças pequenas para seus dois pequenos universos irradiarem.
Não lhe basta apenas água, comida e uma coçadinha na barriga, ele precisa conversar em silêncio, participar com latidos nas conversas adultas e até tomar partido em uma discussão como um mestre filósofo. Uma simples abelha o diverte é capaz de ficar horas olhando formigas caminharem a sua frente e até se abster da presença das pombas no quintal comendo sua comida. Seu único desejo é de estar, bem estar.



terça-feira, 15 de julho de 2014

A Deusa

Dos meus 24 sinistros dias que passei internado no hospital, tive tempo suficiente para pensar em diversas coisas e entre elas me tornar um observador mais astuto do que era. Mas de tudo isso obtive o incentivo mais inesperado para a minha recuperação. Não estou falando de minha mãe, que na medida do possível estava presentes, nem de meus companheiros de trabalho que muito me auxiliaram neste período, muito menos das enfermeiras ou enfermeiros e médicos que me acompanharam nesta tragetória; mas dela a Deusa.
Sua presença poderia passar mais que silenciosamente ou até mesmo despercebida, porém não era o que acontecia. Eu e meu companheiro de jornada hospitalar a viamos pelo menos duas vezes no dia e quando não aparecia era como se os dias se tornassem mais longos do que era. Para mim, sua presença era mais essencial do que a visita médica que recebi, não por possuir conhecimento técnico em efermagem ou médica, mas por sua confiança e força de vontade, que era contagiante assim como seu sorriso.
Após minha cirurgia, passei trinta e três embriagantes horas no centro pós cirurgico para ser encaminhado ao quarto. Estando lá ainda meio grogue, as primeiras coisas que começa a racionalizar coerentemente é: onde estou e cadê minha família, além daquele barulhinho particular que cada um tem em expressar que está morrendo de fome. Então eis que entra porta adentro a pessoa incubida a me alimentar. Ela chega com a bandeija de café da manhã com o mais simpático sorriso no rosto e diz: Bom dia amiguinho, hora de levantar! Deixa-me a bandeija e se encaminha até a janela para abrí-la e pergunta meu nome com cordialidade. Eu por minha vez respondo e pergunto seu nome em retribuição, mas para minha surpresa; não ouça apenas um nome, porém o nome: Eu sou a Deusa!
Ser acordado por Deusa as sete horas da manhã e esperá-la sempre na hora do almoço era sagrado. Os dois ou tres minutos que conversávamos seriam como horas filosofadas entre dois gênios da humanidade. Aos domingos sua falta era cortante e sufocante. Sua atenção era o diferencial na recuperação, era o que potencializava a mansidão. Todos se sentiam bem com sua ccompanhia.
Depois de ter saído, não tinha mais visto Deusa até a semana passada, enquanto esperava para ser atendido em minha consulta médica, a ví passar com seu carrinho. Pensei que nem teria me visto, porém para minha surpresa ela veio até mim, me comprimentou e acima de tudo lembrou do meu nome. Fiquei pasmo em saber que após meses sem me ver e por várias pessoas que passaram ela ainda se lembrar.

Deusa realmente é mágica e a única coisa que desejo é que continue sendo mágica. 

sábado, 12 de julho de 2014

A culpa é das estrelas

Nesta última quarta feira decidi sair de minha caverna e fugir para ver um filme. Liberar a mente da pressão, entre as diferentes opções decidi ver A Culpa é das Estrelas.
Muitas pessoas devem se perguntar o que leva uma pessoa como eu ir ao cinema e ver um filme desse, simples eu só queria sair de casa e ficar longe o bastante de meus incríveis problemas.
Geralmente assisto filmes baseados em livros após lê-los, porém não foi este o caso. Aproveitei o grande feriado de 9 de Julho e fui até ao Cine Marabá, no centro de São Paulo, comprei meu ingresso e sentei-me confortavelmente em uma poltrona para ver o filme de grandes e boas críticas. A ansiedade me corroeu e aqui vão minhas sutis impressões.
A fotografia do filme é linda e simploria, o que não desmerece em nada a evolução do filme. O tema é tocante e um assunto que realmente envolve a análise filosófica. Os personagens são de uma compexidade humanitária que a simplicidade toma conta. O enredo é bem elaborado para uma adaptação da obra. E agora o mais impressionante: junte todos estes ingredientes, com uma pitada de emoção e voilá e temos um grande sucesso.
Para os duros de coração e com as emoções enraizadas em alguma gleba glacial: vocês irão chorar! Já para os moles, manteigas derretidas, chorões de plantão como eu, uma dica: levem absorventes potentes.
Em minha singela opinião, me senti envolto ao ambiente de amor do filme, que de certa maneira nos levam a refletir sobre conceitos que  possuímos.
Recomendo e indico que assistam.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Decisões.


Poderia falar sobre diversas coisas ou sobre diversoes assuntos, entretanto o foco serão as decisões. Falar sobre um assuto tão complexo poderia me causar traumas irreversíveis e até mesmo uma internação em alguma casa de repouso ou algum tipo de sanatório para filósosfos extremamente abalados dos nervos, mas não é o caso; quem em são consciência não possui uma ternura de loucura: Bem vindo estou sou eu!
Queria poder dizer sobre ensaios maravilhosos de Shakespeare, teorias cartesianas, estudos astrofísicos e quem sabe confabular sobre súmulas juridicas de Joaquim Barbosa, contudo quero apenas levá-lo por um instante em uma reflexão das escolhas que fazemos e o quanto podemos sofrer ou fazer sofrer com elas. Nada é feito por um acaso ou por uma sutil deferencia do cosmos. Tudo que passamos, pensamos e o modo como refletimos são ações cíclicas, mutavéis e transmutavéis de geração a geração.
A humanidade aprendeu através de erros e acertos e o faz até hoje, mas como nasceu a decisão? Ninguém o sabe ou datou tal registro, mas tudo leva a crer que ela esteja atrelado até a origem do homem, quem sabe antes disso na grande criação do homem. Não vale aqui entramos em ramos religiosos ou científicos, pois cada uma fará que tenha opiniões diferenciadas e oblíquas que tornarão as perspectivas de uma decisão raizes profundas.
Há certos tipos de decisões que podemos intitular ou inumerar, pelas quais caminham a humanidade: as tolas, as impensadas e as maquinadas. Decisões tolas são as que causam pequenos inconvenientes, não que não sejam pensadas, mas pouco pensadas com reflexões futeis ou de pouca importância onde seus resultados incomodam. Já as impensadas são fruto de ações, podem complicar muito o futuro até mesmo ao próprio presente, tem fortes inclinações circunstanciais, causam danos profundos e amargam a vida, se vê até uma luz no fim do túnel onde tudo pode ser trevas. As maquinadas são de alto padrão, requinte e sofisticação. Levam tempo para serem processadas, analisa-se todos os prós e contras, propõe metas, avalia cada passo em seus mínimos detalhes o que não quer dizer êxito em seus eventos.
Mas estamos presos a elas, sejam tolas, impensadas ou maquinadas estamos sempre presos. Como diz o nobre comercial “não são as perguntas que movem o mundo, são as escolhas”, todavia não concordo; o que move o mundo são as consequências de suas decisões, elas elencarão os passos seguintes, as decisões futuras. Se tomar um decisão é algo que avolumará sua vida em caminhos certos ou duvidosos, isso não poderei dizer; mas a única coisa que sei é que sempre haverá uma nova decisão a tomar.