sábado, 26 de julho de 2014

Curió

O que curia um curiador?
Ele curia, mas não cura dor
Curia para ser sabedor,
No entanto ficou com fama
De um grande comentador.
Dessa fama desonrosa,
Não quis saber o curiador.
Foi-se mundo afora,
Tendo na vida de agora
Uma viola e um caderno anotador.
Já que sua sina era ser curiador,
Voou na vida sem temor
De dor e vida eterna,
Um pouco de tudo curiou.
Sua curia ficou sincera
E na hora mais deserta
Moda na sua viola cantou
E o mundo ganhou,
E um pouco mais quis saber
Que de nobreza se intitulou.
Assim se fez na história,
Porém tudo no caderno anotador ficou.
Sua vida ficou enferma,
Contudo da Medicina não curiou,
Apenas procurou um bom doutor;
A quem contou sua vida de curiador.
O doutor entusiasmado,
Um bom remédio receitou,
E aquele que curiava,
Tornou-se um observador.
A viola não tanto tocava,
E e no caderno tudo anotava
A tudo que observara.
Então o observador,
De sua janela reparou,
Que uma pequena ave,
De plumagem negra
E peito castor;
Para ele sempre olhou.
Com mil maravilhas brilhosas,
E vendo a vida indo embora,
Ao pequenino tudo contou.
A ave trigueira e olhadeira,
Tudo ouviu com louvor.
O observador com saudades da curia,
Uma última moda entoou.
Sua platéia era pequena,
De uma única ave trigueira,
Até que a ceifadora chegou.
Em sua gratidão lisonjeira,
A pequena ave trigueira,
As curias do observador cantou.

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